Edifício Martinelli em São Paulo


O Edifício Martinelli
São Paulo, SP, Brasil
Inauguração 1929
Período de construção 1924-1934
Uso Escritórios
Altura
Telhado 150 m
Características
Andares 30
Construção
Arquiteto Vilmos (William) Fillinger

Edifício Martinelli é um prédio localizado no Centro do município de São Paulo, Brasil. Situa-se no triângulo formado pela Rua São Bento, avenida São João e Rua Líbero Badaró, no centro da capital paulista. Devido sua altura, o local pode ser considerado um mirante, onde em suas redondezas, é possível observar pontos turísticos de São Paulo, com por exemplo o Vale do Anhangabaú e a Catedral da Sé. Foi o segundo arranha-céu do Brasil e da América Latina, tendo sido ultrapassado pelo Edifício Joseph Gire, ou Edifício A Noite, no Rio de Janeiro, que apesar de ter iniciado sua construção apenas em 1927, foi inaugurado apenas dois anos depois, em 1929.

A construção do edifício começou em 1922 e foi inaugurado às pressas, ainda incompleto, em 1929, com apenas 12 andares, devido a inauguração do Edifício A Noite. A construção do edifício seguiu até 1934. O trabalho terminou quando o edifício tinha 30 andares.

O edifício foi idealizado pelo italiano Giuseppe Martinelli e projetado pelo arquiteto húngaro Vilmos (William) Fillinger. Com 105 metros de altura, foi entre 1934 e 1947 o maior arranha-céu do país e, durante um tempo, o mais alto da América Latina. Gerou grande polêmica, pois, até esse momento, não havia nenhum outro edifício em São Paulo com altura elevada.

O edifício foi completamente remodelado pelo prefeito Olavo Setúbal em 1975 e reformado novamente em 1979. Atualmente, o prédio abriga órgãos municipais, como a Empresa Municipal de Urbanização de São Paulo (EMURB) e a Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (COHAB-SP), além de várias lojas no piso térreo.

História
Projeto e construção
O Edifício Martinelli foi projetado pelo arquiteto húngaro Vilmos (William) Fillinger (1888-1968), da Academia de Belas-Artes de Viena. Sem apoio governamental para terminar a obra, Martinelli foi obrigado a vender uma parte do empreendimento ao "Istituto Nazionale di Credito per il Lavoro Italiano all'Estero" do Governo Italiano, motivo pelo qual o governo brasileiro tomou o prédio para si, em 1943.


Detalhe da fachada do edifício
Erguido com a técnica construtiva de alvenaria de tijolos e estrutura de concreto, a estrutura do andar principal é inteiramente revestida por granito vermelho róseo, tornando sua característica marcante. Foi considerado o símbolo arquitetônico mais importante do momento de transição da cidade baixa, ou seja, desde seu início, foi considerado marco do processo de transmutação de uma cidade para uma metrópole, visto que em sua localidade, na época, não havia nenhum outro tipo de construção vertical.

A construção foi iniciada em 1924 e inaugurada efetivamente em 1929 com apenas 12 andares. Ainda neste mesmo ano, foi publicado um artigo que nomeava o Edifício A Noite como o maior arranha-céu do mundo. E tal questão de disputa entre ambos os edifícios demonstravam o interesse de seus empreendedores sobre o título que visava enfatizar o poder público e o poder relacionado à imagem de progresso tecnológico da cidade de São Paulo.  Os trabalhos foram retomados e seguiram até 1934, finalizando a obra com 30 andares e 105 metros de altura. Ao terminar, o Martinelli conseguiu ultrapassar o Edifício A Noite, localizado no Rio de Janeiro, o mais alto arranha-céu do Brasil e da América Latina até então, que havia sido inaugurado em 1929.[8][9] Em 1935, o posto de mais alto da América Latina passou a ser do Edifício Kavanagh, levantado em Buenos Aires, que media 120 metros de altura.

Em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, Martinelli abrigou em seus terraços superiores, uma bateria de metralhadoras antiaéreas, para defender São Paulo do ataque dos chamados "vermelhinhos", os aviões do Governo da República, que sobrevoavam a cidade ameaçando bombardeá-la.

Vários partidos políticos tiveram suas sedes no Edifício Martinelli: o antigo Partido Republicano Paulista (PRP), o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e a União Democrática Nacional (UDN). Os clubes da cidade também ocupavam as suas dependências como o Palestra Itália, hoje a Sociedade Esportiva Palmeiras, a Portuguesa de Desportos e o IT Clube, hoje desaparecido.

O arranha-céu, em seu ínicio, foi portador de diversos produtos vindo da Suíça, tais como elevadores e telefones.

Degradação e recuperação

Casa do Comendador, na cobertura do edifício
A partir da década de 50, o edifício entrou em uma fase de degradação extrema, ocupado por moradores de baixa renda, com o lixo sendo jogado nos buracos do elevador e servindo de cenário para alguns dos crimes mais famosos da época.

Em 1975 ele foi desapropriado pela prefeitura e completamente reformado pelo Prefeito Olavo Setúbal. Reinaugurado em 1979, hoje abriga as Secretarias Municipais de Habitação e Planejamento, as empresas Emurb e Cohab-SP, a sede do Sindicato dos Bancários de SP além de diversos estabelecimentos comerciais na parte térrea do edifício.

No 26º andar do prédio existe um belíssimo terraço do qual se tem uma visão panorâmica da cidade, podendo-se avistar pontos como por exemplo o Pico do Jaraguá, as antenas da Paulista e os milhares de prédios que compõe a paisagem urbana da cidade. Também nesse espaço foi construída a "Casa do Comendador", réplica de uma villa italiana, onde a elite de São Paulo se reunia em suntuosas festas. Foi construída como moradia da família Martinelli para "provar" ao povo que o prédio não cairia. O espaço é aberto para visitação de segunda a sábado, e agora aos domingos também, por conta do público da ciclofaixa.

No ano de 2008, a cobertura do edifício passou por reformas em sua infraestrutura. Após dois anos de obras, o local foi reaberto para os visitantes que visavam apreciar a vista da cidade que o prédio proporciona, porém, agora pertencente à prefeitura, com diversos escritórios.  É um prédio com grande símbolo arquitetônico e já foi lugar para encontros da classe alta paulistana.


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